Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



Excursões em caiaques


AVENTURA E DESCOBERTA
É muito gratificante visitar locais distantes e isolados, contando apenas com os próprios recursos, em total autonomia e independência. As descobertas, a aventura, o desafio, as paisagens, o silêncio, tudo contribui para despertar sensações relacionadas à satisfação de necessidades simples, esquecidas no cotidiano.
Uma excursão é um passeio mais longo, de mais de um dia, em geral realizado pra fora dos limites da cidade, onde precisamos acampar. As dificuldades de execução estão ligadas a vários fatores: capacidade do canoísta de percorrer longas distâncias; possibilidade de mudanças do tempo durante a viagem; necessidade de transporte dos caiaques e demais equipamentos até o local de partida; volume de material transportado nos caiaques e isolamento dos locais visitados. Entretanto, todos esses obstáculos podem ser superados fazendo um bom planejamento. O roteiro abaixo ajuda a lembrar as etapas da preparação e o que é preciso numa viagem a remo.

FORMAR UM GRUPO E ESTABELECER OS OBJETIVOS
Em primeiro lugar, consiga a cumplicidade de um ou dois amigos, pois em grupo a preparação será mais fácil, a viagem mais segura e os custos reduzidos. Em seguida, defina o destino e o objetivo da excursão.
Em geral, a proposta da canoagem recreativa é o lazer e o turismo, o único objetivo é remar e descobrir novos ambientes. As excursões com finalidades científicas, humanitárias ou educacionais ou, ainda, destinadas a explorar ou estudar uma região remota ou inóspita serão consideradas expedições e vão requerer procedimentos e materiais específicos.

ESTUDAR A CARTA NÁUTICA DA ÁREA E DEFINIR O PERCURSO
Providencie uma carta náutica para estudar a região a ser navegada. Localize o ponto de partida e o ponto de chegada; identifique pontos relevantes que possam servir de referência durante o trajeto e locais onde seja possível desembarcar para descansar, reabastecer ou acampar. Calcule a distância e faça uma estimativa do tempo necessário para percorrê-la, com base na velocidade média do grupo.
De posse dos dados colhidos na carta e considerando o desempenho dos canoístas, estabeleça as etapas da excursão, levando em conta, também, a disponibilidade de tempo, o nível técnico e a motivação dos envolvidos. É arriscado tentar empreender uma viagem com etapas muito longas ou difíceis, se o grupo não tem experiência ou não estiver motivado o suficiente.

PREPARAÇÃO FÍSICA E PSICOLÓGICA
O canoísta precisa estar preparado fisicamente e psicologicamente para uma viagem de vários dias, pois não é fácil permanecer horas remando, sentado num caiaque; nem é fácil conviver com as diferentes personalidades dos parceiros de aventura, principalmente no contexto de uma excursão desse tipo, quando cada atitude ou gesto ganha grandes proporções.
A preparação física deve incluir exercícios de aquecimento e alongamento das articulações e dos músculos do membro superior (punho, antebraço, cotovelo, braço e ombro), do tronco (escápula, coluna torácica e lombar) e do membro inferior (tornozelo, perna, joelho, coxa e quadril). É, também, de extrema importância condicionar o corpo ao exercício prolongado, pois numa excursão as distâncias percorridas são longas e o organismo deve estar preparado para isso; sem resistência, um canoísta fará muitas paradas para descansar, atrasando o grupo. Um bom preparo técnico também é imprescindível para ter o domínio do barco e de todas as manobras, inclusive as de salvamento, resgate, reboque e de desembarque.
Quanto ao aspecto psicológico, é fundamental admitir que vivemos em um mundo que nos condiciona a comportamentos individualistas e egocêntricos. As pressões vividas numa excursão podem provocar atitudes muitas vezes desproporcionais, revelando, na verdade, um certo grau de intolerância entre as pessoas. Como se trata de um comportamento condicionado, podemos tentar recondicioná-lo: em vez de criticar, procure ajudar; se for criticado, busque entender as razões sem levar para o lado pessoal; não seja suscetível demais. Exponha seu ponto de vista de forma assertiva e cordial; seja gentil e solidário; encha seu espírito de tolerância e benevolência consigo mesmo e com os outros.

TRANSPORTE TERRESTRE
O transporte terrestre da tripulação e dos materiais até o ponto de partida também deve ser planejado e preparado com antecedência. Em geral, a parte terrestre é feita de carro, por isso, confirme num mapa rodoviário o caminho a ser feito e procure saber com antecedência se no local da partida há lugar para deixar o carro em segurança durante a excursão.
Se a chegada do passeio for num ponto diferente do local da partida, será preciso engajar um motorista para deixar a tripulação no ponto inicial e recuperá-la no destino. Na falta de um motorista, a solução será ir em dois carros e fazer uma manobra maçante e demorada: os dois carros vão até o início do percurso, onde parte da tripulação será deixada com os caiaques e demais materiais; duas pessoas, cada uma em um carro, se dirigem para o ponto de chegada da excursão, onde um dos carros ficará estacionado e, finalmente, os dois integrantes voltam para o ponto de partida no outro carro que deverá ser recuperado no final fazendo o procedimento inverso.
Antes de partir, não se esqueça de verificar o estado do rack e dos itens de segurança (triângulo, macaco, estepe...) e de separar documentos (carteira de identidade e de motorista), cartões (do plano de saúde e do banco) e dinheiro. Se for o caso, lembre-se também de fazer as reservas de hotel, de informar-se sobre o horário de barcas e de providenciar as licenças para transporte dos caiaques junto aos órgãos competentes.
http://trilhasdomar.blogspot.com.br/2011/02/transporte-de-canoas-e-caiaques-em.html
Com as etapas precedentes resolvidas, restará juntar os equipamentos e providenciar aquilo que estiver faltando.

CAIAQUE E MATERIAL DE BORDO
O ideal é dispor de um caiaque oceânico equipado com bússola, linha de vida, leme e compartimentos de carga.
Antes de partir, teste a estanqueidade do barco, inundando a cabine e os compartimentos com água colorida. Passe a mão pelo casco, convés e cabine, sentindo se existem asperidades ou arestas que possam incomodar ou machucar. Conserte as avarias encontradas e substitua todos os elementos desgastados.
Em longos trajetos, é imperativo estar acostumado com o caiaque e se sentir confortável dentro dele. Uma espuma colocada como apoio no sacro pode ajudar a manter a postura do tronco e, na falta de uma bomba de esgotamento, ela também serve para tirar água da cabine.
O remo não precisa ser de um modelo muito sofisticado, porém os reguláveis podem ser muito úteis numa longa remada, pois permitem diminuir a torção das pás em dias de pouco vento, poupando o punho. Por segurança, mantenha sempre seu remo amarrado ao caiaque por uma corda e leve um remo reserva.
Arranje uma âncora e prepare uma corda para fundeio, atracação e reboque. Amarre a corda em volta do aro, passe pela alça de proa e traga de novo para perto da cabine. Se quiser, prenda um mosquetão na extremidade livre, que deverá ser mantida sempre perto de você. Leve também mais 30 metros de corda ensacada dentro da cabine.
Tenha ao seu alcance uma faca, sinalizadores (diurno e noturno), material de reparo para o caiaque (silver tape e durepóxi) e uma lanterna de cabeça . Coloque numa bolsa impermeável, carta náutica (ou cópia), tábua de maré, tabela de coeficientes de maré e planilha de navegação. Plastifique o que for possível. Leve pelo menos um litro e meio de água e um lanche pra roer no caminho (barra de cereais, banana passa, frutas secas...).

MATERIAL DO CANOÍSTA
O colete de flutuação é equipamento de uso obrigatório numa excursão e, como já foi dito, deve estar em bom estado e ser compatível com seu peso. Lembre-se de amarrar um apito para pedir ajuda e indicar sua localização em caso de necessidade.
A saia tem que ter boa estanqueidade e suas alças de retirada não podem apresentar desgaste. Veja se no aro da cabine existem arestas que possam danificar sua saia.
A indumentária de bordo é a mesma utilizada nos passeios: roupa de banho, camiseta, boné ou chapéu e óculos escurosLuvas de neoprene do tipo usado para musculação ou ciclismo são ótimas para proteger as mãos contra a formação de bolhas e ganham importância em longas travessias. Leve luvas de couro e esteja calçado para se proteger de cracas, mariscos e ouriços, no caso de mudanças intempestivas das condições do tempo obrigarem a abordagem de costeiras rochosas. Para os casos de vento ou chuva, convém estar munido de um anoraque ou simplesmente uma capa de chuva plástica descartável. Se o tempo for de sol, não esqueça o protetor solar.

MATERIAL DE ACAMPAMENTO - PESSOAL
Uma barraca leve e pequena para cada pessoa é uma boa solução, pois facilita a distribuição dos volumes no caiaque e não exige uma área muito grande para ser armada.
Para dormir uma ou duas noites, um saco de dormir pode ser suficiente, mas se a excursão for mais longa, um tapete isolante de espuma E.V.A., um colchonete inflável, um travesseiro (inflável também) e um pequeno lençol trarão um ganho em conforto considerável.
Leve um agasalho com capuz e uma calça para as noites frias. Um calçado leve e meias também são importantes, pois mantêm os pés secos e protegidos de mosquitos. Aliás, não esqueça o repelente. Coloque na bagagem algumas camisetas e uma bermuda de tecido leve para vestir em terra.
Cada integrante deve ter um canivete, uma lanterna com pilhas sobressalentes, copo, prato, talheres e um kit de higiene pessoal com sabonete líquido, pasta, escova de dentes, fio dental, polvilho antiséptico e uma pequena toalha. Os que desejarem e desde que haja espaço, poderão levar ainda binóculos, máscara, tubo e pé-de-pato, rede de dormir e até uma cadeira de praia de alumínio.

MATERIAL DE ACAMPAMENTO - COLETIVO
Um toldo de plástico leve é muito útil para forrar o chão, cobrir as barracas ou para criar um ambiente coletivo protegido da chuva. Para estendê-lo, é preciso prever algumas estacas, além daquelas utilizadas para armar a barraca, e alguns metros de corda de varal.
Na cozinha do acampamento deve constar uma panela com tampa, onde seja possível preparar as refeições do grupo de uma só vez e um fogareiro a gás, desmontável, com refis de combustível suficientes para a duração da excursão. É fácil encontrar no mercado conjuntos contendo panelas com cabos removíveis e todos os demais itens organizados de forma a ocupar o menor espaço possível. Pense em levar, também, um pequeno frasco com detergente e uma esponja para lavar a louça.
Espalhe pela bagagem sacos de lixo, panos tipo perfex, fósforos, isqueiros, sacos plásticos com fecho hermético (ziploc / pratsy zip) e velas, são itens sempre necessários e nunca os encontramos quando queremos. Leve também um reservatório d’água, pastilhas de cloro (clorin), bastões de luz química e combustível sólido, tipo acendedor de churrasqueira.
http://trilhasdomar.blogspot.com.br/2014/05/kayak-camping-espiriteira-alcool-facil.html

MATERIAL DE PRIMEIROS SOCORROS
O estojo de primeiros socorros deve conter materiais para fazer curativos, bandagens, imobilizações e extração de corpos estranhos (espinhos, farpas) além de alguns medicamentos de primeira necessidade. O ideal é que algum membro do grupo, de preferência com conhecimentos médicos, prepare um estojo coletivo e que cada um faça um estojo individual com itens complementares em função das suas necessidades pessoais.
Os materiais e utensílios essenciais são: gaze; esparadrapo; curativos prontos de vários tamanhos; ataduras; faixa elástica; pano; manta isotérmica; agulha; pinça; tesoura; cortador de unha; bisturi; barbeador; cotonetes, lupa e termômetro.
Quanto aos medicamentos, é preciso advertir de antemão sobre a necessidade de submetê-los à apreciação do médico pessoal de cada participante. O médico deve determinar se existe risco para o seu paciente em usar os produtos sugeridos e, em caso positivo, receitar um substituto. A relação de remédios deve suprir as necessidades de combater alguns distúrbios comuns em excursões de caiaque, sendo recomendável ter todos os "antis" possíveis: antiinflamatórios, anti-sépticos, antigripais, antitérmicos, anti-histamínicos, além de analgésicos, soro reidratante, pomadas, entre outros.

MATERIAIS DE REPARO

Já foi mencionada a necessidade de levar na cabine um kit de reparos com silver tape e massa epóxi para consertos de emergência. No entanto, é prudente organizar um estojo mais completo para os casos de avarias extensas. Coloque um bom pedaço de fibra de vidro, uma garrafa pequena de resina, catalisador, lixas e luvas descartáveis. Inclua também um pouco de sabão em pó para limpeza e, ainda, uma faca, uma tesoura, um alicate multifuncional e uma serra.

MATERIAL DE NAVEGAÇÃO
Cartas dos trechos do percurso, compasso, bússola, esquadros, transferidor, lápis, borracha e caderneta.

ELETRÔNICOS

Celular, GPS, rádio, máquina fotográfica

Observação: A escolha dos materiais vai depender do propósito da excursão, do local visitado, das condições climáticas, entre outras particularidades que podem exigir equipamentos especiais. Em geral, utilizamos materiais relativamente fáceis de serem encontrados no mercado, seja nas lojas de náutica ou nas lojas de esportes correlatos como pesca, camping, mergulho, montanhismo, surf, entre outros. Muitos acessórios também podem ser adaptados, usando um pouco de imaginação e criatividade.

MANTIMENTOS
Mesmo os caiaques de expedição, com compartimentos de bagagem, têm capacidade de carga bem reduzida. Os alimentos transportados numa excursão devem ser leves e pequenos, ter alto valor calórico a fim de restaurar a energia dispensada durante a remada, além de poderem ser conservados por algum tempo fora da geladeira.
Existem no mercado alimentos liofilizados atendendo perfeitamente às necessidades do excursionista, no entanto o preço restringe sua utilização a expedições de caráter mais extremo. Em geral, encontramos nos supermercados produtos bem adaptados ao nosso propósito.
Produtos semiprontos desidratados são os mais indicados devido ao peso reduzido e à rapidez do preparo, muito conveniente uma vez que proporciona economia de combustível. As embalagens devem resistir à umidade e ao calor e, de preferência, conter pequenas porções a fim de conservar os alimentos o máximo possível em pacotes fechados. As pequenas embalagens individuais também facilitam a distribuição nos recipientes estanques, permitindo um melhor aproveitamento dos espaços.
Abaixo estão relacionados alguns produtos adequados às nossas necessidades. Tratam-se de exemplos e é evidente que cada pessoa deve levar para uma excursão os alimentos que melhor lhe convierem. O importante é serem leves, ocuparem pouco espaço, terem alto valor calórico, se conservarem bem e serem de preparo fácil e rápido.
Macarrão instantâneo – Leves, práticos, de preparo rápido, facilmente se acomodam nos recipientes de transporte e são muito saborosos. Existem diversas marcas e tipos no mercado, com algumas diferenças nas embalagens e no tempo de preparo.
Arroz em sacos – Pode ser usado como alternativa ao macarrão, porém, leva mais tempo para cozinhar e não tem sal.
Sopas em pó – Encontradas em embalagens individuais, são misturadas com água quente na caneca sem precisar sujar uma panela. São uma boa opção de refeição noturna.
Queijo provolone / polenguinho – Além de saborosos e calóricos, conservam-se muito bem. O provolone pode ser usado para preparar pizzas de panela com pão árabe.
Salaminho - Todo povo viajante tem sua carne seca, seu charque. O salaminho é uma boa opção de carne em conserva e poderá ser consumido a qualquer hora com pão, biscoitos e torradas.
Pães - É uma verdadeira dificuldade encontrar um pão que se conserve bem e resista ao armazenamento. Os pães integrais são mais resistentes e muito nutritivos. O pão árabe é excelente para fazer pizzas de panela. Dê preferência às embalagens com poucas unidades para melhor conservação..
Biscoitos salgados e torradas - Biscoitos tipo crackers e torradas são práticos e podem substituir os pães no acompanhamento de queijos, salaminho, geléia e mel. Devem ser bem acondicionados para não se quebrarem.
Chá, café, café com leite, capuccino e açúcar - São encontrados em envelopes individuais, facilitando o manuseio e o acondicionamento. Podem ser consumidos no desjejum, no lanche ou após o almoço; nas noites frias, aquecem e revigoram o corpo. Para adoçar, acrescente à bagagem sachês de açúcar granulado.
Refrescos de fruta em pó com vitaminas - Leves, práticos, excelentes no desjejum e durante as refeições. São enriquecidos com vitaminas e sais, muito úteis na hidratação.
Castanhas e amendoins – Ricos em carboidratos, proteínas e gorduras, podem ser consumidos a toda hora: nas pausas durante a remada, enquanto se monta o acampamento ou esperando o macarrão cozinhar.
Banana passa e bananada - Ótimos repositores energéticos, podem ser consumidas a toda hora, inclusive como sobremesa.
Mel, geléias e doce de leite - Em embalagens individuais, são muito práticos, podem ser consumidos nas pausas das remadas e no desjejum, com pão, biscoito ou torrada.
Barra de cereal e biscoitos doces - Também são excelentes para serem consumidos nas pausas durante as remadas, complementar o desjejum ou servir de sobremesa no almoço ou no jantar.
Musli/granola – Com leite e mel, constitui uma excelente refeição matinal, fornecendo grande quantidade de açúcares lentos, para serem consumidos durante a remada. Misture os cereais, frutas secas e o leite em pó e guarde num recipiente. A cada manhã retire somente a quantidade a ser consumida e acrescente água.
* Para a pizza: Azeitonas, champignons, saquinhos de catchup e um pouco de azeite.

PREVISÃO DE MANTIMENTOS
Antes de ir às compras é preciso estimar o volume de alimentos a ser consumido durante a excursão. Para isso, é necessário estipular um cardápio individual de cada refeição especificando o produto e sua quantidade, depois multiplicar essa quantidade pelo número de participantes e, em seguida, pelo número de dias de viagem.
Numa excursão, poderão ser feitas quatro refeições: um café da manhã reforçado, um lanche embarcado, um almoço tardio consistente e um lanche noturno ou jantar leve. É bom prever um mínimo de 4000 calorias por dia. Em geral, a primeira refeição do primeiro dia (café da manhã) e a última refeição do último dia (jantar) não são realizadas durante a excursão, mas podem ser incluídas na previsão como “ração de emergência”.

RECIPIENTES
Um dos problemas a serem resolvidos por quem pretende viajar de caiaque é manter secos equipamentos e mantimentos durante o transporte. Os compartimentos de carga dos caiaques de expedição não garantem estanqueidade absoluta, sendo necessário proteger os materiais em recipientes estanques.
Sacos estanques - São sacos cilíndricos, de vários tamanhos e cores, confeccionados em tecido emborrachado (PVC), soldado eletronicamente ou colado para garantir a estanqueidade. O fechamento é feito enrolando a abertura do saco em direção ao fundo e travando com fechos plásticos. São fundamentais para manter secos grandes volumes como barraca, saco de dormir e roupas.
http://trilhasdomar.blogspot.com.br/2010/07/como-fazer-um-saco-estanque-de-baixo.html
Potes estanques - Recipientes plásticos dotados de tampa de rosca em torno da qual é colocada uma tira de látex para melhorar a vedação. São encontrados em vários tamanhos; os maiores são excelentes para transportar mantimentos, liberando espaço nos sacos e os menores asseguram proteção suplementar a aparelhos eletrônicos, como telefone celular, máquina fotográfica e rádio quando colocados dentro do saco estanque. Também podem ser fixados na coberta de proa ou serem colocado na cabine para guardar objetos utilizados durante o trajeto.

ARRUMAÇÃO
Os equipamentos do caiaque, do canoísta e demais materiais de bordo devem ser dispostos na cabine ao lado e atrás do assento. Aquilo que for usado com mais freqüência pode ser colocado sobre o convés de proa dentro de um saco estanque ou de um pote, para evitar tirar a saia toda hora. É importante amarrar tudo ao caiaque para não perder nada em caso de capotagem.
Os materiais de acampamento, pessoais e coletivos, devem ser dispostos nos sacos estanques na ordem de utilização, colocando no fundo os objetos utilizados mais tardiamente. Da mesma forma, no momento de pôr a bagagem no compartimento de carga, tenha o cuidado de botar primeiro os sacos contendo os materiais necessários somente no final do dia ou à noite.
Pode parecer tolice, mas o tira-e-põe-abre-e-fecha, procurando as coisas, pode ser muito desagradável e cansativo, portanto seja o mais organizado possível.
Uma última coisa: evite sacos muito pesados, pois pode ser extremamente difícil descarregar o caiaque quando do desembarque na costeira de uma ilha, por exemplo. Prefira volumes leves e pequenos.