Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Viajar de caiaque


Deu vontade de viajar, de partir, explorar o mundo. Um caiaque velho largado num canto, um remo, um colete, algumas tralhas reunidas aqui e alí, uns bons amigos e pronto, partiu!  Na primeira noite já largamos o continente, dormimos numa ilha. Depois de uma semana ou um mês, estamos bem longe de casa, em outra cidade, talvez em outro estado. Taí a magia de se viajar de caiaque.

Pra isso ninguém precisa ler um livro ou mesmo um blog simples como o trilhas do mar, basta sentar no caiaque e remar. Certamente vão surgir muitos problemas e algumas situações de perrengue, mas nada que não possa ser superado se o bom senso estiver sempre presente. De bônus ainda se tem o prazer de aprender as coisas por conta própria, aprender fazendo, fazendo e aprendendo. Com uns 10 anos de prática ainda sobrarão muitas pontas pra juntar e aproveitar mais e melhor a próxima viagem, pois em se tratando de viagens em caiaque, haverá sempre um milhão de coisas a aprender.

Mas se desde o início você quiser colocar todos os fatores do seu lado para ter mais chances de sucesso e aproveitar ao máximo sua primeira trip em caiaque, leia, informe-se, procure alguém experiente para te dar algumas dicas e, quem sabe, emprestar algum material. Toda informação que você puder reunir será útil, pode acreditar. Será mais fácil e rápido escolher um caiaque, um remo, um colete; saber o que levar, como manter a forma durante a jornada; como montar um bivaque; o que  levar pra comer; o que fazer e o que saber para manter a segurança, enfim, um monte de coisas importantes para preparar e levar a cabo uma travessia, seja ela curta ou longa.
Remar um caiaque é a melhor forma de viajar pelo litoral. Todos que já fizeram poderão confirmar. É fácil contrair o vírus do esquimó. Alguns dizem que é porque o caiaque é rápido, que dá pra percorrer muitos quilômetros por dia. Outros, ao contrário, falam que é lento o suficiente para nos permitir prestar atenção na paisagem, se impregnar de natureza e encontrar pessoas interessantes. O caiaque é uma abertura pro mar, pra aventuras e descobertas e, porque não dizer, pra nós mesmos. Representa, também, a possibilidade de viajar por dias, semanas ou meses sem gastar muito, com apenas alguns reais no bolso. 
É claro que, se comparada às viagens convencionais, numa viagem em caiaque veremos menos em mais tempo, mas é o  caso de dizer que menos é mais, e até  melhor.  É a simplicidade voluntária aplicada à arte de viajar. Esse conceito de menos é mais está na moda e na mídia, mas não se engane, não é só uma moda, é um movimento profundo de uma sociedade em busca de sentido. Um movimento que, diga-se de passagem, não é novo. 
Sem recuar até os povos tradicionais do ártico, como aleutas e inuits, que faziam grandes travessias por necessidade de sobrevivência há mais de 3.000 anos, basta lembrar do célebre advogado escocês, John MacGregor, tido como pioneiro do caiaque na Europa, que viajou no seu caiaque Rob Roy pelos cursos d'água do velho continente em meados do século XIX por puro lazer. 

E aí, já deu  vontade?

trilhasdomar.contato@gmail.com

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