Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



quinta-feira, 29 de julho de 2010

A remada de hoje foi marcada pelo retorno do Candido às trilhas do mar. Ele apareceu às 5:30 em frente ao prédio e ficou esperando no carro. Carro? É, carro. O Caminho até a PV não foi feito de bike como de costume. Tudo bem, bota na conta dos créditos de carbono, depois planto uma árvore.


Saímos com o dia ainda clareando tendo apenas gaivotas e fragatas como companhia. O mar estava bom, divertido, com umas ondas pequenas entrando pela enseada e mexendo um pouco na virada do Leme. Fomos até quase na laje do posto 6 e voltamos com o céu se iluminando aos poucos pelo sol que começava a aparecer atrás da Cotunduba.


Perto do costão do Leme cruzamos com uma canoa dupla e uma simples. Não reconheci os remadores, acho que eram da PU. Depois passamos por uma oc6, Letícia no leme toda sorridente e Pedro na segunda posição, acho. Mais adiante, uma canoa de 6 carregando 7 remadores tinha o Paulo no leme dando instruções.


A água estava até bem limpa, não tinha nenhum lixo flutuando no trajeto. Outra boa notícia foi que a máquina fotográfica saiu do coma e pode registrar alguns lances como os vestígios do Forte do Anel. Tomara que continue funcionando.



Bela remada numa agradável manhã premiada pela lua e pela presença dos amigos.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Faça sua sacola de compras

Ano passado, a Bruna me convidou para participar da programação da semana do meio ambiente lá em Buzios com uma oficina de reciclagem. Levei meu ateliê portátil e fiquei na pracinha mostrando aos passantes como  fazer sacolas de compras usando banners velhos.
Fazer uma sacola de vinil é muito fácil, econômico e proporciona uma agradável sensação de satisfação de usar algo feito com as próprias mãos. Além disso ainda ajuda a natureza de duas maneiras: recicla as lonas de vinil que iriam pro lixo e perminte a redução do consumo de sacolas plásticas.
Ah! É fashion também!
Olha só.


Quem sabe um dia a gente organiza uma oficina pra rapaziada da canoagem...

O mar não está pra peixe


Esse aí morreu engasgado com um saco plástico.
Para não ver mais sacos de supermercado embalados em peixes, recuse sacos descartáveis para embalar suas compras.
Saiba mais. http://www.sacoeumsaco.com.br/


Foto: Danilo

Findas fotos

Agora acabou mesmo. Minha máquina pifou de vez.
Saí cedo pra remar na PV, sem ver o sol, sem ver os amigos das canoas, sem poder fazer fotos.
Fomos para a Praia de Fora costeando o Pão de Açúcar e depois demos a volta na Cotunduba. O mar estava calmo, mesmo assim ainda pintaram umas ondas entrando pelo canal e que empurraram o velho Anaiko até a enseada da PV. A água estava clara. Não vi lixo flutuando, só o montinho na areia.
Na volta as areias da PV ainda guardavam as marcas das canoas que andaram se arrastando por alí. Também estavam lá o Machado, Chinês e Jorge se preparando para o treino. O sol começava a dar as caras.
De agora em diante, enquanto não arrumo outra máquina, o blog só vai ter palavras mesmo. Mas pra não ficar sem graça, vai uma foto da lua tirada na tarde de domingo.


sábado, 24 de julho de 2010

Riscos da Canoagem Oceânica

Outro dia uma pessoa me perguntou quais são os riscos de sair por aí remando um caiaque no mar. É engraçado, na hora tive que pensar um pouco pois com o tempo a gente esquece dos perigos que envolvem a prática da canoagem oceânica. Mas fui me lembrando dos meus medos de quando estava começando e as respostas apareceram.

O primeiro risco que me ocorreu foi o do caiaque capotar. No início é até normal e, em geral, as consequências não são graves. A gente pode levar um susto e ter o trabalho de tirar a água do caiaque e voltar pra dentro dele. No entanto pode acontecer do canoista tomar um bom caldo ou até mesmo se afogar e desmaiar, o que pode levar à morte caso não seja socorrido a tempo.

Outra coisa que pensei é que no momento da capotagem o canoista pode bater numa pedra escondida ou num objeto flutuante e se ferir. Se a pancada for na cabeça ainda tem o perigo de perder a consciência e se afogar.

As causas de uma capotagem podem ser muito variadas. O canoista pode ser derrubado por uma onda na faixa de arrebentação, correndo o risco de se embolar com o caiaque, tomar umas pancadas e, caso existam banhistas por perto, ainda causar danos a terceiros.

Uma capotagem também pode acontecer por causa de uma onda de retorno próxima à costeira, de um vento ou corrente de maré muito forte, por excesso de água no interior do barco, por sustos provocados por animais e embarcações e pela própria falta de equilíbrio do canoista, principalmente quando o caiaque é muito estreito.

Nem é preciso dizer que pra evitar, ou pelo menos minimizar, esses riscos é preciso praticar bastante não só para não capotar, mas também para saber o que fazer caso aconteça. Também é importante ter muito cuidado na faixa de arrebentação, sobretudo numa praia cheia de banhistas. Outra coisa que acho fundamental é procurar estar sempre acompanhado para o caso de precisar de ajuda ou socorro e não deixar que um acidente bobo se transforme numa tragédia. 

Além da capotagem pensei no risco de uma colisão com outros barcos, rochas submersas e objetos flutuantes. Uma colisão pode acontecer se o canoista perder o controle do caiaque por causa de um vento repentino, ondas grandes e corrente muito forte. Baixa visibilidade provocada por neblina, distração do barqueiro ou do próprio canoista também são causas de acidentes desse tipo.

Uma colisão pode só virar o caiaque, mas também pode danificá-lo seriamente levando ao naufrágio. Há ainda o risco de o canoista se machucar e se afogar.

Para evitar uma colisão só há uma coisa a fazer: ficar atento, muito atento, principalmente se a visibilidade for baixa. Aliás, é recomendado que os caiaques tenham cores fortes que o destaquem da paisagem. Amarelo, laranja e vermelho são, na minha opinião, as melhores cores. O verde e o azul se confundem com o mar e com o céu, e o  branco, apesar de ser bem visível, pode ser confundido com as cristas espumosas das ondas.

Fora a capotagem e a colisão, existem outros perigos inerentes à atividade. Não é impossível que ocorra um ataque  de animais marinhos, nem que o canoista fique doente devido a exposição a microrganismos  e a produtos poluentes presentes na água do mar, principalmente pra quem rema na Baía de Guanabara ou nas lagoas litorâneas da cidade onde os índices de poluição são mais elevados.

No mais podem acontecer enjoo, hipotermia, insolação, desidratação, exaustão física e até uma falha do equipamento. É importante estar preparado e com o material em dia, e se assim mesmo acontecer algum imprevisto,  o remédio é ter alguém por perto pra dar uma força, aliás, tem coisa melhor do que remar cercado de amigos?

É isso aí. Sejamos prudentes.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Caiaques do Alaska: fotos e ilustrações antigas

O caiaque era um barco esquimó típico do mar,  fabricado sob medida e usado exclusivamente por homens para a pesca e caça de pequenos animais. A estrutura era feita com madeira ou ossos e o revestimento com peles costuradas com tripas e impermeabilizadas com gordura.

O desenho original dos caiaques sofreu muitas adaptações, mas os modelos atuais, sobretudo os oceânicos, mantiveram as características principais dos antigos caiaques esquimós.















domingo, 18 de julho de 2010

XXXI Ragata do Colégio Naval


Em comemoração do seu 59° aniversário, o Colégio Naval de Angra dos Reis estará prmovendo no dia 14 de agosto a tradicional Regata Colégio Naval de Vela e Canoagem, um dos maiores eventos marítimos da Baía da Ilha Grande.

O Aviso de prova e o programa do evento podem ser encontrados no site do Colégio Naval: http://www.cn.mar.mil.br/  e no site da CBCa: http://www.cbca.org.br/.

Uma excelente ocasião para encontrar remadores de todo o Brasil.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Visita aos fortes de Niteroi

Com fotos de Bruno Fitaroni


Domingo passado foi dia de remar pra Niteroi e visitar os fortes São Luiz e do Pico.
Pedalei até a padaria no final da Marquês de Abrantes sentindo gotas de uma chuva esparsa e silenciosa. Eram 6 da manhã, dava tempo de comer um sanduiche e tomar uma xícara de café com leite antes de seguir para a Praia Vermelha.


Na PV preparei meu caiaque com calma debaixo do céu nublado e chuvoso e parti para a Praia da Urca onde me encontraria com a galera.
O mar estava calmo, apenas algumas ondulações amistosas bolinaram o barco na passagem pelo Pão de Açúcar e pelo Cara de Cão. No céu cinzento passavam bandos de gaivotas voando enfileiradas como contas de um colar.
A rapaziada já boiava nas águas da Urca quando cheguei. Três caiaques duplos, um com Flávia e Edu, outro com Bruno e Marquinhos e ainda um outro com Tonho e Gustavo. Em caiaques individuais estavam Volnei e Tufi. Vini apareceria mais tarde na Praia do Forte. Alê e Iuri também já davam as primeiras remadas.
Partimos em direção à outra margem da baía remando no mar liso. Quase não ventava. Tudo estava perfeito, exceto pela presença de um monte de lixo boiando perto da pedra da coruja.


A travessia do canal foi feita acompanhando a corrente de vazante. Fizemos uma paradinha ao lado da muralha da Fortaleza de Santa Cruz, depois desembarcamos na  Praia do Forte. Subimos os caiaque para longe da linha da maré e colocamos o pé na estrada que vai serpenteando pelo morro coberto de verde. A cada curva éramos presenteados com panoramas deslumbrantes de Charitas e Jurujuba.




Em alguns minutos estávamos diante do pórtico monumental do forte, imponente, cheio de marcas do tempo, vigiado por duas pequenas guaritas debruçadas na muralha.



Passado o portão a impressão era que tínhamos entrado em outro mundo, outro tempo. Um caminho ladeado por dois pavilhões, dos quais restam as paredes de pedras vindas de Portugal no porão dos navios, nos levou até a outra muralha do conjunto. Lá do alto a vista das montanhas do Rio de Janeiro e da Baía de Guanabara é simplesmente extraordinária.





Está tudo muito bem conservado e limpo. O espaço dispõe de bancos, mesas, lixeiras e até uma capela com a imagem de Nossa Senhora de Fátima.

 

Continuamos nosso passeio subindo pela estrada de pedra que leva até o forte do Pico. Ainda teríamos muitas surpresas como a  descoberta de um painel de azulejos com um poema de Fernando Pessoa e um busto do poeta português.



Desse ponto, olhando pra baixo na direção do Forte São Luiz, parecia que estávamos em Machu Picchu.
Passamos pelo portão e começamos a perambular pelo pátio. Alí se encontram os banheiros para os visitantes e um museu. Depois entramos nos "subterrâneos" e exploramos as galerias e corredores.

Enquanto percorríamos aquele labirinto observando os sistemas de deslocamento de munição dos paióis e o grupo gerador fomos surpreendidos pela presença de uma coruja que assustada nos vigiava completamente imóvel.




Finalmente chegamos ao topo do morro a 230m de altitude onde 4 obuseiros Krupp de fabricação alemã ficam alojados em crateras escavadas na rocha, cercadas por um muro de concreto.
Fizemos um lanche e depois de nos fartar com a paisagem do Rio e das praias voltamos pelo mesmo caminho pra pegar os barcos.





Com uma  autorização para desembarcar na praia do Imbuhy, partimos deslizando pela água verde e clara, atravessamos rebentação e fomos tomar cerveja e comer pastel na cantina.
Logo começaria o jogo da final da copa, então resolvemos voltar. Estávamos todos muito felizes pelo maravilhoso passeio, misto de remada e caminhada, entre amigos em harmoniosa convivência.


Quem quiser visitar esses fortes por terra, basta se dirigir à Alameda Marechal Pessoa Leal n° 265, no bairro de Jurujuba, município de Niterói. O acesso é permitido aos sábados, domingos e feriados, das 09:00 às 16:00 horas. Mas se a ideia for ir remando será preciso uma autorização.
É isso. Fica a dica de um passeio imperdível.
Para saber mais sobre os fortes visitados veja http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_S%C3%A3o_Lu%C3%ADs

Mais fotos.